quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Soneto do amor real

 

Amo-te sem alívio,
Um amor sem mistério
Que candeia a alma
E cativa a mente

Amo-te demasiadamente
Feito um martírio
imposto por Deus
Para seu mais querido descendente

Amo-te como um menino
Que rubra a tez
Nos desejos mais indecentes

Amo-te incansavelmente
E por amar-te assim, sem precedentes...
Vivo e morro de amor eternamente

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Amor mais que perfeito



Serdes de todos os amores existentes no mundo
aquele que classifico como o amor mais que perfeito
construído num novo tempo: do futuro e do presente

e tudo isso simplesmente por serdes assim... sem cobertura,
nua e crua como tiveste acabado de sair do ventre materno

e ter sido lapidada pelas mãos do divino, utilizando
meticulosamente todas as constantes áureas ao seu dispor…

por, ao olhar nos teus olhos, bem lá no fundo deles,
encontrar os meus, explodindo de alegrias...
que só o amor mais que perfeito teria a altivez de proporcionar…

por serdes criança e me fazer rir e rir de minhas bobagens

sim, por teres o sorriso mais bonito que há no mundo
e que hora ou outra sempre vos digo que lho quero emoldurar
para carregá-lo comigo durante todo o meu dia    

por não cansares nunca de dizer eu te amo
como fosse a coisa mais singela
e ao mesmo tempo a mais importante do mundo

por ser um amor que não nasceu… transcendeu…
e que vou cultivar até os limites que o universo me permitir

e que por mais que quiseres arrumar uma maneira de explicar…
“porções mágicas… pririlipimpim… proibida… o mundo fantástico…”
não adianta… não tem a menor explicação
mas paradoxalmente é de uma coerência tamanha…
que já não mais posso imaginar como poderia ser diferente…

é por ter encontrado o meu eu no teu eu
e descobrir como é bom ser eu mesmo…

por ser um amor que já nasceu em dobro,
o dobro do imensurável.

por ser de uma dificuldade tamanha me afastar de você ao acordar
como fosse domado por uma distribuição da saudades de “Lévy”  

vos intitulo meu amor, o teu amor o meu amor o nosso amor
como o amor mais que perfeito.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Se tu quiseres


Mas se tu quiseres do fundo de tua alma
ser minha namorada… minha amiga…
minha amada… minha linda namorada…
tão linda que meus olhos não cansam de sorrir


eu te prometo te dar meu amor mais bonito...
ser o teu poeta… ser teu amigo…  
fazer meus os teus castigos…
ser teu norte... ser teu chão...


ah e se disseres que sim… te farei princesa...
te encherei de carinhos a vida inteira…
cantarei baixinho canções para dormir...


sorrirei o teu sorriso…
provarei que o amor é lindo
vive um... vive dois... vive três... coração

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Inocência

 
Maria, irmã de João e casada com Zé, acordou hoje como sempre, às 6 horas manhã, para levar seu filho Pedro de 7 anos ao colégio. Porém não igual aos outros dias, naquela manhã ela foi tomada por uma súbita emoção, ao constar que seu filho Pedro, que todos os dias não passava menos de 15 minutos só  para sair da cama, não só estava acordado, como já estava de pé ao caminho do banheiro. Assustada com aquela cena que nunca havia visto em sua vida, foi logo perguntando:

- Caíste da cama menino ? O que foi que aconteceu?
- A mamãe, é que hoje eu não consegui dormir direito.
- Como assim não conseguiu dormir direito ? O que foi que tirou seu sono ? Desde de quando você tem idade para perder o sono ?

Pedro, no alto de sua displicência, deixou as três perguntas da mãe no ar e foi tomar seu banho. Maria como toda mãe que se preze aproveitou aquele momento para matutar o que poderia ter acontecido para tirar o sono do seu filho querido. Depois de ter revirado seus pensamentos de tudo que é maneira sem conseguir sair do lugar, resolveu dar uma olhada na agenda do Pedro para ver se tinha alguma anotação para a data de hoje. E não é que estava escrito lá “Niver da Nati”. A Nati é uma menina duas séries à frente do Pedro no colégio, vai completar 10 anos em dezembro, e é filha de um casal de amigos conqual passaram as últimas férias juntos.
Maria, toda engenhosa, já estava arquitetando como tiraria do inocente Pedro aquilo que ela já sabia. Esperou ele se arrumar, preparou para o café da manhã o sanduíche preferido do Pedro, um misto quente, e ao entregar o sanduíche, falou:

- Pedrinho se lembra da Nathalia, que passou as últimas férias com a gente. Hoje é aniversário dela e seria bacana se comprássemos um presente para ela, ela é uma menina tão educada e vocês se deram tão bem juntos.

Se ainda houvesse alguma dúvida, foi-se naquele momento. O Pedro primeiro ficou branco, depois rubro que nem tomate e antes que começasse a gaguejar, respondeu:

- Ma.. mã.. mamãe, eu já comprei um presente para a Nati.      
- Como assim comprou um presente para a Nati e nem me falou nada? Comprou o que ? quem te deu dinheiro ? Confessa foi isso que tirou seu sono, né ? Você esta gostando da Nati, né? Não minta para sua mãe... Deus castiga.
Pedro como bom aprendiz de homem processou apenas um dos vários questionamentos da mãe e confessou:
- Mamãe, como é que faço para a Nati gostar de mim ?

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

1884

Lembro-me de você serelepe, com um vestido rodado e uma sandália rasteira enfeitada com lantejoulas… não, não era carnaval, era réveillon… e diferente de outros anos, já não tinha mais medo dos fogos, na verdade seus olhinhos brilhavam como nunca ao ver as centelhas emergirem ao céu…

Eu, à época, estava descobrindo um mundo novo, cheio de sensações novas e energias que jamais poderia imaginar que existissem… era tanta emoção que o próprio Buda em pleno nirvana, na mais ingênua das contradições, sentiria inveja de mim.

Fazia três anos que estávamos juntos… mas sem a menor das dúvidas, foi ali nosso apogeu. Vivemos num só instante os maiores dramas e a mais suprema felicidade. E teus olhos… teus olhos olhavam sempre tão profundamente os meus…

Passaram-se dois meses...

Agora sim era carnaval, já não estavas mais tão serelepe e nem seus olhinhos brilhavam como outrora… seus olhares, agora quase sempre de soslaio, confundiam meu coração; e diferente dos outros anos, nesse ano o carnaval não teve máscaras. Diria até que um dos polos deve ter trocado o sentido e o que antes era grude, agora era repulsão.

Meu mundo saiu da zona de conforto… para o desconforto extremo provocado pela perda de uma paixão. Não sabia me dar com a dor que se transformava do estado psíquico para o físico num turbilhão de vezes. 

Consolava-me nos Bardos tibetanos…

Faz três anos que o amor adormeceu e o que me resta é uma sensação senhora de gratidão e carinho por tudo que meu ser aprendeu: a reinvenção do eu a cada momento, sem nunca perder a essência; o reconhecer aquilo que te faz bem e valorizar cada vez mais a simplicidade; a libertação de qualquer res de preconceito e a crença no ser humano como principal alicerce de mudança; a ser reticentes e saber ouvir mais do que falar; a fazer o certo porque é certo e não ter medo do novo porque o novo é tudo que temos para aprender…
  
         

que venha a respublica


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O jeito




Eu gosto de gente inteligente, gosto de gente burra também. Não gosto de burro que quer ser inteligente mas gosto do inteligente que se faz de burro. Não gosto de rótulos, muito menos de rótulo sobre inteligência, e por mais que pense que todos são inteligentes - de uma certa maneira - mais vejo que todos são burros de uma maneira geral. Mas no fundo... no fundo mesmo... a burrice ou a inteligência não sois o maior dos problemas, na verdade tanto faz que todos sejam burros ou inteligentes ou que quer que sejam. O ruim mesmo é “o jeito...” para tudo tem-se um jeito. E o que não fazemos por esse “jeito”... Quando Schopenhauer afirmou que todo homem é venal, com certeza ele tinha em mente “o jeito”.

 Ah… se soubessem do que eu seria capaz de fazer por esse “jeito”. Não… nunca o saberão!

Parafraseando Dostoievsky “ Se todos nós nos puséssemos a falar, sem nos preocupar com o que os outros haveriam de pensar, do que seríamos capaz de fazer por esse “jeito”. Se afloraria tal peste no mundo que todos se poriam a correr...”.

Estou eu a ser demasiadamente humano, demais? não creio. Não importa o tempo, não importa o ser, desde que mundo é mundo e gente é gente, somos inerente a nós mesmos e essa é minha maior dor. Palavra bonita essa inerente in (dentro) ere (conjugação do verbo ser) ente (sufixo qualquer):  aquilo que vem de dentro do nosso ser e nada em relação a isso podemos fazer. E por causa do danado do “jeito” o que mais tem de belo nessa palavra tem de triste.
Por mais que sejamos todos tão diferentes, sois ele quem nos torna iguais na nossa essência. Acho que gosto mais de burro que quer ser inteligente!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Homem, Lobo, Lobisomem...

O homem é lobo do homem
vide o leito e o criador
prolífica veia incessante
perfaz um coração envilecedor


supunha diáfora perdida
proclamas o canto do pavor
corre veneno d´alma insípida
não sabes donde andas o lenhador


O lobo é lobo do homem
pedra sobre pedra e sobre dor
corteja a corte dos infames
sucumbes ao conto do comendador


carrega um lastro infindo
e ornas, de plástico, uma flor
palíndroma de forro escondido
desata um nó sem rancor

Lobisomem, Lobo, Homem...