segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Soneto da Borboleta da Asa Escura


 Borboleta da asa escura
 Por que diabos derramaste teu veneno ?
 Já não enxergo o que está errado 
 Nem imagino onde está meu sossego...

 O califa jurou que era palhaço
 E o elefante pensou ser camelo
 A corda se perdeu em mais um laço
 O equilíbrio foi-se em mais um zelo

 Já se via em mal bocados
 O poeta, o professor e o coelho
 O horizonte mudou de lado

 O destino se esconde em segredos
 Vou à rua e não lhe acho
 Chego em casa e não lhe vejo

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Como está você ?



Se tu pensas
que estás diferente
é porque de fato tudo mudou
não encontro mais o lírico dos teus olhos
e o gracejo de teus chamegos
inda me indago
se realmente redescobriste o amor
ou onde vos enterrou...
a mim resta sonhar
e lembrar todo santo dia de você
especialmente às tardezinhas
que tanto tu gostava
e fazia questão de me dizer.
Mimetismos sem sentido
vontade estranha de te ver.
Como está você ?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Perdi a fome

 Perdi a fome
 e junto com ela a vontade de viver
 estou preso a um sistema retardatário

 de fato nasci no momento errado
 não sou simplesmente um fracassado
 mas sou o fracasso que todos queriam ser

 desbravador de covardia
 cavador do seu próprio túmulo
 escrevo por medo de fazer

 rebelde de causas impossíveis
 ingrato de alma carregada
 vivo num mundo as avessas de meus pensamentos

 o certo e o errado se confundem
 com o belo e o grotesco
 o escafandro engole a borboleta

 como por um fim em algo sem começo?
 onde se encontra a dor?
 minha fome ainda não voltou...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Soneto do falso amor

 espero por um amor falso
 desses que começa na cama
 e acaba da grama
 e ilumina toda a praça

 não precisas ser tão bela
 nem gostar de assis
 tens que saber sorrir
 e parecer triste e achar graça

 de minhas esquisitisses infantis
 dos meus momentos autistas
 do meu silêncio deserto

 e não podes perguntar nunca
 o que estavas pensando
 pois não quero te dizer:

 no verdadeiro amor...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Ermo da Esperança

   Entre descontextos de fábulas infantis,
   descobri que o mundo é dos gigantes.
   O dantesco lava a alma e sucumbe os infernos ali construídos.
   O ermo dos desvalidos é tão grande que sequer se pode imaginar.
   O mundo não tem graça,
   e o ser humano é demasiadamente cruel
   suficientemente egoísta para desdenhar de tudo,
   e calcar os planos mais malígnos.
   só lhes falta coragem
   e é sua falta que impede uma carnificina total.

   O medo é o pai do homem.
   É o que corrompe as mentes
   para que a humanidade não se desintegre em si mesma.
   o medo do mais forte,
   o medo do mais sábio,
   o medo da morte,
   o medo do operário,
   o medo dos poderosos,
   o medo dos maltratados.
   Medo no inconsciente coletivo imundo que apodrece nas hipófises dos glossários.

   O retrato é três por quatro
   mas a mentira é infinita.
   Já não posso mais viver com tanta injustiça.
   Não quero morrer de fome.
   Não quero ser artista.
   Não sou mais que um poema.
   Não sou mais que uma alma aflita.
   Como uma novena que se cansou de ser lida.
   Trago um verso de amargura,
   destroçado em vozes nítidas:

   Salve o pobre, o maltrapilho,
   morra a guerra e as aventuras,
   corra a noite dos seus bandidos
   que afloram em sua mente escura.
   Faça uma prece pague um castigo
   jure a deus que vos ama
   minta à sorte que tens um rito,
   amar a dor e colher esperança
   que um dia ao norte terás abrigo,
   um pé de flor e uma vida mansa.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O encontro do rapaz

  O rapaz apareceu tranquilo, eloquente...
  não sabia que a veria, mas sabia que a possibilidade era real.
  foi entrando reto, ciso, ligeiramente encabulado.
  como de costume, mesmo sabendo que uma hora a veria,
  não ousou se preparar para este momento.
  Foi então que subiu o último degrau.
  Encontravam-se finalmente no mesmo piso,
  a possibilidade que antes parecia remota
  agora era mais certa que os pingos dos is.
  Não tardou muito ha seus olhos mirarem aquela pele alva
  não poderia existir no mundo coisa mais bela
  usava um óculos quadrado que lha dava um ar de intelectual
  e tinha um sorriso de canto de boca sem descrição
  sua voz soava como a nona sinfonia
  e tuas sardas eram analiticamente perfeitas
  tinha um quadril curvuso com uma bunda nem gorda nem magra
  seus seios cabiam na palma da mão sem carência e um ml a mais sequer
  tinha uma leve gordurinha abdominal
  o que lhe garantia a qualidade de mulher
  teus cabelos pareciam plumas castanhas
  e sua boca era de um desenho místico
  teus olhinhos eram daqueles que não se cansa nunca de olhar
  e teus dedos de menina sapeca com unhas pintadas.
  Divinamente perfeita para o rapaz.
  Nesse instante seu coração já sondava em sair pela boca
  não sabia o que fazer para se aproximar dela
  mas como não conhecia mais ninguém naquele andar
  e não parecia sensato estar ali sem nenhum motivo
  respirou fundo até conseguir canalizar seu nervosismo
  enfim estava pronto.  
  Sorrateiramente aproximou-se como um cavalheiro
  e lha perguntou:  - Lembra-se de mim ?
  ela respondeu como uma princesa: -Sim
  e findou-se assim aquele encontro.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

marmita da D. Jandira

 cabelos encaracolado
 cor de folhetim
 olhos aveludados
 com ar de cataclisma
 orelhas desconsertantes
 voz que não sai

 já ia ela...
 toda vislumbrosa
 como se fosse a mais vistosa
 deusa da beleza
 e da nobreza de cetim

 vai lá saber
 o que a fazia tão feliz
 se todo dia ela sofria
 para aprontar a marmita
 com arroz, feijão, galinha
 e um pouco de farinha
 só para servir

 todo dia dona Jandira
 preparava o que servia
 para ver seu filho irresponsável
 desdenhar do seu penar

 e só por isso vos pergunto
 como pode um só defunto
 viver sem reclamar?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

poema dos maculos e seus pecados

 gosto amargo de costumes
 correntes de pensamentos enclausurados
 carrega os dias e as noites enluarados
 como a seiva da chuva envenenada

 cometa de rabo imaculado
 desdenha o mastro enojado
 contem a voz dos mal bocados
 um gozo, desgosto, maltratado

 calígula o mago dos pecados
 transforma o amor e os trocados
 em fotos de marionetes disfarçadas

 funesto o teu quarto escuro
 errante a tua vida bárbara
 esconde do mundo o seu orgulho

 traga a dor e a coisa errada.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Soneto da menina dos olhos de ouro


 Menina dos olhos de ouro
 dá voz ao infinito
 vos suplica um só pedido
 uma máscara sem cor
 
 recalchuta o colar de cacos
 emoldura o teu sapato
 usa o vestido mais bonito
 enfeitiça o teu cantor

 da uma chance ao erro
 rasga os teus segredos
 esconde o teu rancor

 vai matar o teu desejo
 rompe a colina do medo
 jura eterno amor

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Acaso Fanstástico



Na busca do constante
 vi-me no obscuro inerte
 de variáveis transcedentes
 que levam o nada a vida.

 Dicotomias hiperbólicas
 refratam em senóides cabalísticas
 tornando a razão áurea
 uma fantasia do Pi .

 tendo o acaso como aliado
 os fatos tornam-se prováveis
 trasformando o certo do ontem
 na dúvida do sempre

 olhando no minimalismo de teus olhos
 ao me fazer uma fisionomia de ameaça
 e no fundo de tudo isso achar graça
 faz meu coração sonhar em voltar a amar

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Pássaro do Edgar



 Estive na lua...
 Cai num buraco...
 Lavantei-me num passo...
 Banhei-me no lago...

 Voltei ao meu paço...
 Deitei em meus braços...
 Vi sai do telhado...
 Um velho pássaro...

 pássaro esverdeado,
 com ar de lunático,
 umas penas em falso,
 um risco no rabo.

 Né, que o maldito pássaro,
 não parava de me olhar,
 como podera um animal sem raciocínio
 ousar em pensar?

 Foi então que perguntei,
 algo que muito quisera lembrar
 e no lapso do lampejo,
 o pássaro veio a a clamar:

 -Sois essa mesmo,
 a dona dos teus desejos,
 a que não paras de pensar.
 Lhe indaguei assustado:

 -Quem és tu pássaro do diabo ?
 -Como lestes meus pensamentos?
 -E onde aprendeste a falar?
 respondeu-me sorrateiramente:

 -Sou o pássaro Ribamar,
 moro em sua mente,
 falo tudo o que sentes
 e o que mais assim desejar.

 atônito e sem respirar...
 me vi afogado num jogo transcedente
 estavas a loucura a me dominar ?
 eu que sempre fora tão cético e lúcido.

 Não demorou muito
 e outra vez estava a escutar:
 -Não adianta me ignorar,
 estou aqui... pertenço a seu mundo.

 Por um instante pensei que estava morto
 e que aquele seria meu purgamento
 cheguei a ficar feliz por um momento
 até que o pássaro maldito voltou a falar:

 - Não chegou seu fim pobre poeta
 só queria lhe dar um único recado
 para que claro, se permitires
 eu volte a voar...

 - Pois não pássaro poliglota,
 o que tens a me dizer ?
 sapiamente o pássaro pôs-se à minha frente
 e com um olhar destemido procedeu:

 amor... é sentimento construído.
 com ele vive-se de um jeito mais bonito
 acalma a dor e ilumina a alma
 faz-se sentir mais feliz

 quando o pássaro terminou seu discurso,
 consegui finalmente desvendar,
 que se tratava do papagaio do Edgar
 devorador de mentes com palavras de amor

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Soneto Zaratrusta e d. Flor



 Zaratrusta e colombinas,
 uma pepita de rancor.
 Cabaré malabares,
 uma piada sem sabor.

 Estripulias cintilantes,
 lágrimas de pavor,
 um choro latejante,
 um mambembe por favor.

 Na fuga do jocoso,
 me perdi do meu avô.
 Encontrei uma menina

 que se dizia dona Flor,
 tão bonita e desajeitada,
 te chamei de meu amor.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ontem...






 Ontem observei a aurora austral,
 me pareceu demasiadamente bela
 mas não lhe quis bem.

 Ontem vi o Halley passar,
 estava esplêndido, 
 não lhe pedi cousa alguma.


 Ontem assitir um drama no cinema,
 divinamente triste,
 não me caiu uma só lágrima

 Ontem comi um camarão empanado,
 tomei um vinho tinto,
 sobremesa pudim caramelado.


 Ontem completei vinte años, 
 revivi vinte três,
 faleci trinta e dois. 


 Ontem meu dia foi fugaz, 
 pareceu não me dar bola,
 enrijeceu meu coração.


 Ontem lembrei de você,
 me esqueci do mundo,
 cantei para dormir...  

quinta-feira, 7 de julho de 2011

cordel


Vejo um menino cabra da peste
fazer o rio dobrar na curva
comprar uma mula no galinheiro
brindar uma dívida a luz da lua

Vou voltar pro meu nordeste
me embriagar na noite escura
cavar um poço, plantar sementes
ver nascer o dia, correr na rua

Vou desbravar os teus segredos
unir ao lírio de formosura
a noite linda, a vida mansa
o gosto amargo da carne dura

E encantar o firmamento
por um corisco na cataputa
trazer a sorte virando o vento
um amor tão raro e sem mistura

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Declaração

Pequena homenagem a um grande poeta =)



"Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar..."

Fernando Pessoa




 Declaração



 amo todas as suas imperfeições
 teu vestido rasgado
 te jeito sátiro
 tuas escolhas inocentes

 amo teu egoísmo
 tua desilusão
 teu desdenhar do mundo

 amo tuas infantilidades
 teu jeito menina
 tuas carícias
 tua sede de mulher


 amo tuas dúvidas
 quantas dúvidas
 dúvida até do que gostar


 amo tuas manias 
 teus codinomes 
 tua maneira de falar
 teu gosto pelo esdrúxulo


 amo como se arrumas
 a maneira que se vestes
 teu blush adocicado

 amo os teus pés
 teu corte de cabelo
 teus lábios
 tua cor

 amo que gostes de poesias
 que goste de flor
 e de viajar pelo mundo 

 amo tua impaciência
 e como consigo te acalmar
 amo te fazer carinho
 amor te fazer pular

 amo muito mais o teu sorriso
 amo o teu amor
 amo te fazer sorrir 

 eu te amo
 porque o amor é infinito
 sentimento mais bonito
 amo porque nunca deixei de te amar

terça-feira, 7 de junho de 2011

eu não presto


eu te juro meu amor
 seja a vida como for

 eu não presto
 eu não presto

 eu te faço um favor
 eu te confesso

 eu não presto
 eu não presto

 acenda um cigarro
 diga que é turista
 daí-me um trago

 eu sou artista
 eu sou artista

 vou ladrar teu coração
 te encher de ilusão
 mas saiba que és visita

 não se aflita
 não se aflita

 por favor meu doce amor
 não me venhas com chororô
 eu te dei aquela flor

 só para te dizer
 eu não presto
 eu não presto

segunda-feira, 6 de junho de 2011

eu sei o motivo

eu sei o motivo

 de algo ter um fim
 de tudo ter um começo

 eu sei o motivo

 da flor que morreu no jardim
 de mesmo morta viver o sempre
 de não se importar em ser semente

 eu sei o motivo

 por qual perdeste a razão
 do passado aqui presente
 o amor que não floresce

 eu sei o sermão

 do etéreo e do efêmero
 da dor no coração
 do sim e do não

 eu sei o sentido

 da última palavra
 do cândido forasteiro
 do príncipe e da princesa

 eu sei o que digo

 não sou seu amigo
 muito menos seu azarão...

 eu sei que sinto

 sei que seu sorriso
 é muito mais do que preciso
 para viver a imensidão...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Soneto da rosa branquela



há... se a vida fosse bela
 e as ondas soubessem cantar
 se a rosa fosse aquela
 e os meninos soubessem chorar

 chora a rosa a vida dela
 se lamentando para o mar
 porque não nasci rosa amarela?
 para o mundo por mim se apaixonar

 há... se o menino soubesse falar
 consolaria a rosa branquela
 que a vida lhe ensinou a amar

 - poderia ter todas as aquarelas
 mas nada me faria sonhar
 como faz tu minha rosa singela

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O dito não dito



 Um oba ao abstrato
 um viva ao obscuro
 quero me esconder
 por entre as palavras
 quero viver
 num quarto escuro

 Catavento catapora
 pararaio paralama
 maria vai com as outras
 maria sem vergonha
 faço parte do teu muro
 um rabisco de pamonha

 Entre pratos sem defeitos
 paranóia ao teu lado
 um mar em cada leito
 um califa no terraço
 faço arte no meu dia
 um risco desperdiçado

 Feito um vídeo em preto e branco
 o violinista no telhado
 feito o perto muito perto
 um fotografo mal assombrado
 me roubou o dia e a noite
 um caso a ser pensado

 Como um livro no poleiro
 a dor do machado amado
 um Capitu-lo sorrateiro
 a voz do Ser amago
 um elefante de presente
 um nietzsche apavorado

 O que me dizes? o que faço?
 Boom! zalaieta!
 curumins entre amigos
 cartolina de outro planeta
 pinto o corvo e o corvete
 pinto a caça e a preta

uma música aos ouvidos
uma lata de cerveja
não enxergas o que digo
não escuta o que veja
papaninfas corolários
páginas quebracabeça

 Coisas sem sentido
 coisa de chumbeta
 análogos desvairados
 retratos sem cabeça
 o belo é corrigido
 o amor a gente inventa.

terça-feira, 17 de maio de 2011

UnderWorld


 não amo ninguém
 tenho um coração de pedra
 os olhos secos 
 feito ar do sertão
 a única coisa que tenho 
 é uma coqueluche suburbana
 quem vê, não da mais que 3 dias
 mas já há mais de um ano que a cultivo
 a base de pão, café e miúdo
 e assim se passa cada dia
 de feira em feira
 de rua em rua

 não gosto de ninguém
 meu rim já não presta
 meu nariz está em sangue
 como um cálice de campari
 agora tenho um cachorro
 que me segues há esperar meu dia
 e apesar de saber 
 que queres me ver morrer
 não lhe quero mal...
 não lhe quero coisa alguma
 apenas o deixo me seguir
 como se ele não existisse

  não sinto mais nada
  corpo putrefado 
  mente desconexa
  não tenho mais cachorro
  não tenho nem pensamento
  o miúdo não veio
  o pão não se alcança
  do café nem o cheiro
  da calçada veio a fama
  capa do jornal dizia  
  morre sentado com a mão ao queixo 
  feito um Rodin. 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Imagina

  Pensas que sois mulher
  quando não passas de uma linda criança
  deslumbra tudo o que quer
  jura que és branca

  sonhas sonhos infantis
  brincas de ser vaidosa
  pensas que és atriz
  não sabes que és uma rosa

  sois um amuleto perfeito
  daqueles que se quer sempre junto
  vives grudada no peito
  não se afastas nem por um segundo

  sois todos os amores
  transformada em um só
  sois a vida sem pudores
  o efeito dominó

  sois o vento rarefeito
  a dúvida de tomé
  sois a candice e o despeito
  a fábula da fé

  sois a caixa de pandora
  tudo que eu sempre quis
  não sois real... nem pudera
  mas mesmo assim faz...
  minha vida parecer mais feliz

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tragicômico

 hoje eu acordei sátiro
 vendo graça na desgraça
 pensando em coisa de amor

 hoje acordei chato
 com o coração gelado
 e o sangue agogô

 hoje acordei transtornado
 pensando em meus vinte anos
 vivendo meus setenta e três

 hoje acordei enojado
 por lhe ter dedicado
 meu disco de vinil

 hoje acordei desalmado
 com um gozo engraçado
 de te achar vil

 hoje eu nem acordei
 sonhei sonhei sonhei...
 Sófocles Ésquilo Eurípedes...

 quero dizer-lhe numa peça
 que teus belos traços
 confundem teu criador

 catapundas melindrosas
 arcabouços sem futuros
 jupiter e equador

 vai ser engraçado
 subir ao teatro
 e te ver chorar de dor

 vai ser engraçado
 te ver perder
 mais um grande amor...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

3 Poeminhas


sinto uma gota de sarcasmo no peito
por negar aquilo que já não posso ver
sinto um desgosto profundo do jeito
de cultivar tudo aquilo que me faz sofrer

vejo-te de cima e vos digo
não sois a única e nem há de ser
tremenda a dor que eu sinto
sois a única que eu queria ter

bucarestes, sonhos perdidos
cochabamba, vontade de viver
no vazio um rio infindo
sucubindo a vontade de morrer

...

andas serelepe querendo voar
carrega-me aos cantos
não vou te beijar
fugiste dos meus planos

me fizeste chorar...

...

tu és a estrela amarela
a flor da canela
um lapso de ser

tu és o terceiro minguante
a busca constante
de todo querer

desfaço o amor mais bonito
vou ao infinito
em busca de você

segunda-feira, 18 de abril de 2011

boba apaixonada



Como hei de não me encantar?
defronte de tal sorriso
como não me apaixonar?
por teus olhos lindos

sois o pedaço de meu coração
que todo dia sinto falta
sois a minha paixão
completamente apaixonada

sois boba... sois romântica...
sois minha flor cativada
os lírios de meu jardim

minha rosa encantada...
sois minha doce jasmim
orquídea princesa... amor sem fim...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Soneto do beijo místico


 
Despidos lábios displicentes
 em córregos de sabores intrínsecos
 envolve num jogo artístico
 a conquista do corpo e da mente.

 Exala um náufrago pedido
 de um toque em mora incandescente
 onde o corpo nada mais sente
 e na boca explode um desejo ardido.

 Na espera do momento crítico
 envolto em braços carentes
 permito o seu jeito malício

 transforme o sublime latente
 no gozo que hora fictício
 sois agora o beijo místico

sábado, 9 de abril de 2011

amor



sentimento mais sem sentido...
doi como a dor da perda do ente mais querido....
e mesmo assim
és o caminho mais curto para felicidade...

não existe amor sem partida...
não existe amor sem chegada...
não existe amor sem mistério...
não existe amor sem ser cego...


sois apenas o amor...
sentimento mais sublime...
que se reveste de esperanças...

vinde sonhos repetidos
com sua amada... mais amada...
dona de minha poesia... dona da minha alma...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Você



 da verve ao verso
 ver reverberar o fausto
 reverte o inverso
 inaugura o castro.

 Enaltece o sucesso
 castiga o astro
 inverte o disperso
 desfigura o rastro.

 Xinga no paço
 desfaz o estrago
 não sente cansaço.

 Cavalga no prado
 não faz o que faço
 me julga palhaço.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Soneto da Despedida



estou indo embora
mas não quero me despedir...
o vento que jaz lá fora
não será o mesmo que hei de sentir...

quero viver minha mentira
nem que seja pelos últimos segundos...
fingir que tudo é fantasia
e que estou no melhor dos mundos...

estais tão perto agora
nunca a vi tão distante...
queria olhar em teus olhos

acariciar o teu rosto
sentir teu sorriso
e te dizer que te amo...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Farsa Impossível


Quero viver um sonho impossível
derreter até que alguém me esqueça
navegar por entre os sentidos
viajar por outros planetas...

quero tragar a última fumaça...
me embriagar até que alguém apareça
me faça achar que o mundo é sem graça
e me convença que surgiu das estrela

quero reverter um caso perdido
desvendar segredos da alma
ludibriar o choro escondido
recalcular a razão áurea

quero morrer a vida dos vivos
brindar a morte a vida e a farsa
desvendar a cultura de massas
ressuscitar em um amor desmedido


letra e música - Marcus Vinicius e Plínio Ribeiro

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Amo a flor





amo a flor da janela
amo sonhar com você
desejar bom dia ao amanhecer...

amo a flor amarela
tua candice de bebê
amo olhar em ti e me reconhecer...

amo a flor mais singela
amo sem bem saber o porquê.
ama-la-ia sem o meu querer...

amo a flor das telas
de Van Gogh a Monet
amo o te querer e não o te ter...

Amo a flor e os espinhos dela
das raízes ao florescer
amo por me fazer enlouquecer...

amo a flor mais bela
amo sem mais nem porques
e amar-te-ei por todo meu viver...


letra e música - (Marcus Vinicius e Plínio Ribeiro)