segunda-feira, 30 de maio de 2011

O dito não dito



 Um oba ao abstrato
 um viva ao obscuro
 quero me esconder
 por entre as palavras
 quero viver
 num quarto escuro

 Catavento catapora
 pararaio paralama
 maria vai com as outras
 maria sem vergonha
 faço parte do teu muro
 um rabisco de pamonha

 Entre pratos sem defeitos
 paranóia ao teu lado
 um mar em cada leito
 um califa no terraço
 faço arte no meu dia
 um risco desperdiçado

 Feito um vídeo em preto e branco
 o violinista no telhado
 feito o perto muito perto
 um fotografo mal assombrado
 me roubou o dia e a noite
 um caso a ser pensado

 Como um livro no poleiro
 a dor do machado amado
 um Capitu-lo sorrateiro
 a voz do Ser amago
 um elefante de presente
 um nietzsche apavorado

 O que me dizes? o que faço?
 Boom! zalaieta!
 curumins entre amigos
 cartolina de outro planeta
 pinto o corvo e o corvete
 pinto a caça e a preta

uma música aos ouvidos
uma lata de cerveja
não enxergas o que digo
não escuta o que veja
papaninfas corolários
páginas quebracabeça

 Coisas sem sentido
 coisa de chumbeta
 análogos desvairados
 retratos sem cabeça
 o belo é corrigido
 o amor a gente inventa.

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