blog de pensamentos poéticos sintetizados em poesias contemporâneas e cotidianas... horas a falar de amor, horas a falar da existência, horas a falar da boemia...
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Pássaro do Edgar
Estive na lua...
Cai num buraco...
Lavantei-me num passo...
Banhei-me no lago...
Voltei ao meu paço...
Deitei em meus braços...
Vi sai do telhado...
Um velho pássaro...
pássaro esverdeado,
com ar de lunático,
umas penas em falso,
um risco no rabo.
Né, que o maldito pássaro,
não parava de me olhar,
como podera um animal sem raciocínio
ousar em pensar?
Foi então que perguntei,
algo que muito quisera lembrar
e no lapso do lampejo,
o pássaro veio a a clamar:
-Sois essa mesmo,
a dona dos teus desejos,
a que não paras de pensar.
Lhe indaguei assustado:
-Quem és tu pássaro do diabo ?
-Como lestes meus pensamentos?
-E onde aprendeste a falar?
respondeu-me sorrateiramente:
-Sou o pássaro Ribamar,
moro em sua mente,
falo tudo o que sentes
e o que mais assim desejar.
atônito e sem respirar...
me vi afogado num jogo transcedente
estavas a loucura a me dominar ?
eu que sempre fora tão cético e lúcido.
Não demorou muito
e outra vez estava a escutar:
-Não adianta me ignorar,
estou aqui... pertenço a seu mundo.
Por um instante pensei que estava morto
e que aquele seria meu purgamento
cheguei a ficar feliz por um momento
até que o pássaro maldito voltou a falar:
- Não chegou seu fim pobre poeta
só queria lhe dar um único recado
para que claro, se permitires
eu volte a voar...
- Pois não pássaro poliglota,
o que tens a me dizer ?
sapiamente o pássaro pôs-se à minha frente
e com um olhar destemido procedeu:
amor... é sentimento construído.
com ele vive-se de um jeito mais bonito
acalma a dor e ilumina a alma
faz-se sentir mais feliz
quando o pássaro terminou seu discurso,
consegui finalmente desvendar,
que se tratava do papagaio do Edgar
devorador de mentes com palavras de amor
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