Entre descontextos de fábulas infantis,
descobri que o mundo é dos gigantes.
O dantesco lava a alma e sucumbe os infernos ali construídos.
O ermo dos desvalidos é tão grande que sequer se pode imaginar.
O mundo não tem graça,
e o ser humano é demasiadamente cruel
suficientemente egoísta para desdenhar de tudo,
e calcar os planos mais malígnos.
só lhes falta coragem
e é sua falta que impede uma carnificina total.
O medo é o pai do homem.
É o que corrompe as mentes
para que a humanidade não se desintegre em si mesma.
o medo do mais forte,
o medo do mais sábio,
o medo da morte,
o medo do operário,
o medo dos poderosos,
o medo dos maltratados.
Medo no inconsciente coletivo imundo que apodrece nas hipófises dos glossários.
O retrato é três por quatro
mas a mentira é infinita.
Já não posso mais viver com tanta injustiça.
Não quero morrer de fome.
Não quero ser artista.
Não sou mais que um poema.
Não sou mais que uma alma aflita.
Como uma novena que se cansou de ser lida.
Trago um verso de amargura,
destroçado em vozes nítidas:
Salve o pobre, o maltrapilho,
morra a guerra e as aventuras,
corra a noite dos seus bandidos
que afloram em sua mente escura.
Faça uma prece pague um castigo
jure a deus que vos ama
minta à sorte que tens um rito,
amar a dor e colher esperança
que um dia ao norte terás abrigo,
um pé de flor e uma vida mansa.
blog de pensamentos poéticos sintetizados em poesias contemporâneas e cotidianas... horas a falar de amor, horas a falar da existência, horas a falar da boemia...
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
O encontro do rapaz
O rapaz apareceu tranquilo, eloquente...
não sabia que a veria, mas sabia que a possibilidade era real.
foi entrando reto, ciso, ligeiramente encabulado.
como de costume, mesmo sabendo que uma hora a veria,
não ousou se preparar para este momento.
Foi então que subiu o último degrau.
Encontravam-se finalmente no mesmo piso,
a possibilidade que antes parecia remota
agora era mais certa que os pingos dos is.
Não tardou muito ha seus olhos mirarem aquela pele alva
não poderia existir no mundo coisa mais bela
usava um óculos quadrado que lha dava um ar de intelectual
e tinha um sorriso de canto de boca sem descrição
sua voz soava como a nona sinfonia
e tuas sardas eram analiticamente perfeitas
tinha um quadril curvuso com uma bunda nem gorda nem magra
seus seios cabiam na palma da mão sem carência e um ml a mais sequer
tinha uma leve gordurinha abdominal
o que lhe garantia a qualidade de mulher
teus cabelos pareciam plumas castanhas
e sua boca era de um desenho místico
teus olhinhos eram daqueles que não se cansa nunca de olhar
e teus dedos de menina sapeca com unhas pintadas.
Divinamente perfeita para o rapaz.
Nesse instante seu coração já sondava em sair pela boca
não sabia o que fazer para se aproximar dela
mas como não conhecia mais ninguém naquele andar
e não parecia sensato estar ali sem nenhum motivo
respirou fundo até conseguir canalizar seu nervosismo
enfim estava pronto.
Sorrateiramente aproximou-se como um cavalheiro
e lha perguntou: - Lembra-se de mim ?
ela respondeu como uma princesa: -Sim
e findou-se assim aquele encontro.
não sabia que a veria, mas sabia que a possibilidade era real.
foi entrando reto, ciso, ligeiramente encabulado.
como de costume, mesmo sabendo que uma hora a veria,
não ousou se preparar para este momento.
Foi então que subiu o último degrau.
Encontravam-se finalmente no mesmo piso,
a possibilidade que antes parecia remota
agora era mais certa que os pingos dos is.
Não tardou muito ha seus olhos mirarem aquela pele alva
não poderia existir no mundo coisa mais bela
usava um óculos quadrado que lha dava um ar de intelectual
e tinha um sorriso de canto de boca sem descrição
sua voz soava como a nona sinfonia
e tuas sardas eram analiticamente perfeitas
tinha um quadril curvuso com uma bunda nem gorda nem magra
seus seios cabiam na palma da mão sem carência e um ml a mais sequer
tinha uma leve gordurinha abdominal
o que lhe garantia a qualidade de mulher
teus cabelos pareciam plumas castanhas
e sua boca era de um desenho místico
teus olhinhos eram daqueles que não se cansa nunca de olhar
e teus dedos de menina sapeca com unhas pintadas.
Divinamente perfeita para o rapaz.
Nesse instante seu coração já sondava em sair pela boca
não sabia o que fazer para se aproximar dela
mas como não conhecia mais ninguém naquele andar
e não parecia sensato estar ali sem nenhum motivo
respirou fundo até conseguir canalizar seu nervosismo
enfim estava pronto.
Sorrateiramente aproximou-se como um cavalheiro
e lha perguntou: - Lembra-se de mim ?
ela respondeu como uma princesa: -Sim
e findou-se assim aquele encontro.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
marmita da D. Jandira
cabelos encaracolado
cor de folhetim
olhos aveludados
com ar de cataclisma
orelhas desconsertantes
voz que não sai
já ia ela...
toda vislumbrosa
como se fosse a mais vistosa
deusa da beleza
e da nobreza de cetim
vai lá saber
o que a fazia tão feliz
se todo dia ela sofria
para aprontar a marmita
com arroz, feijão, galinha
e um pouco de farinha
só para servir
todo dia dona Jandira
preparava o que servia
para ver seu filho irresponsável
desdenhar do seu penar
e só por isso vos pergunto
como pode um só defunto
viver sem reclamar?
cor de folhetim
olhos aveludados
com ar de cataclisma
orelhas desconsertantes
voz que não sai
já ia ela...
toda vislumbrosa
como se fosse a mais vistosa
deusa da beleza
e da nobreza de cetim
vai lá saber
o que a fazia tão feliz
se todo dia ela sofria
para aprontar a marmita
com arroz, feijão, galinha
e um pouco de farinha
só para servir
todo dia dona Jandira
preparava o que servia
para ver seu filho irresponsável
desdenhar do seu penar
e só por isso vos pergunto
como pode um só defunto
viver sem reclamar?
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