terça-feira, 6 de setembro de 2011

marmita da D. Jandira

 cabelos encaracolado
 cor de folhetim
 olhos aveludados
 com ar de cataclisma
 orelhas desconsertantes
 voz que não sai

 já ia ela...
 toda vislumbrosa
 como se fosse a mais vistosa
 deusa da beleza
 e da nobreza de cetim

 vai lá saber
 o que a fazia tão feliz
 se todo dia ela sofria
 para aprontar a marmita
 com arroz, feijão, galinha
 e um pouco de farinha
 só para servir

 todo dia dona Jandira
 preparava o que servia
 para ver seu filho irresponsável
 desdenhar do seu penar

 e só por isso vos pergunto
 como pode um só defunto
 viver sem reclamar?

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