quinta-feira, 23 de maio de 2013

Bovary e o Comendador

Sois de longe a mais errante
um impulso tenaz desgovernado 
a volta pelo inferno de Dante
a busca do prazer imaginário


Sois de longe o mais tolo
uma volúpia de amor e de bondade
um menino que nunca foi adulto
o cândido sorrindo sem vontade

tez macia... voz baixa...
olhos oblíquos... pequanas sardas...
sapato bico fino... cabelos ondulados...
óculos retrô... vestido rodado...

sorriso bonito... tez queimada...
olhos caídos... pouca barba...
relógio de bolso… pulseira de prata...
corpo esguio... camisa despojada...

corres no parque... ama cinêma...
academia belas artes... dieta ferrenha...
toca flauta... decifra Miró...
vês o astronauta... foges da flor...

anda sem rumo... mira as estrelas...
fuma charuto... cozinha paella...  
estuda ciências... fala de Foucault...
conhece Méliès... inventa a cor...

se esbalda no drama... chora uma novena..
procuras a fama... refaz uma cena...
erras a escolha... enganas a dor...   
coleciona rolhas... refutas o amor...

se faz escondido... chama pequena...
não entende o rabisco ... faz um poema...   
provoca um sorriso... pede um favor...
prova o ridículo … renega o que for...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Gosto do ...


Gosto do vazio,
gosto da fome,
da possibilidade de ser,
mais ainda da probabilidade do não ser.

Gosto do infinito,
gosto  do caos,
também gosto do espiral,
mais ainda do infinitesimal.

Gosto do real,
gosto do translúcido,
do estado pastoso,
mais ainda do fogo.

Gosto de imaginar vários mundos,
gosto de inventar sentimentos,
do novo,
mais ainda do esquecido.

Gosto da metamorfose,
gosto de olhar calado,
de brincar de adivinha,
mais ainda de orvalho.

Gosto do preencher,
gosto de caminhar no frio,
gosto do dia,
mais ainda da noite.

Gosto do fantástico,
gosto do alvorecer,
do escarcéu de cores,
Mais ainda de pensar em você.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

sem cuidado


 Dorme agora a tarde escura
 na calma do frescor atenuado
 a postar na terra sua moldura
 quarto crescente em maus bocados

 coração mimético à moda rua
 um norte, um riso e um convidado
 não foste minha tampouco tua
 sois a bela, a fera e o condado

 procura no vulto uma amostra nua
 da foto no presente do passado
 manias de jogar à luz da lua

 bobisses de valor inestimado
 pepitas, coriscos, balão... flutua
 que conto de amor mais sem cuidado


quarta-feira, 9 de maio de 2012

myself inside me



 so you have such a thing of beauty
 that is too hard
 hide my  wish
 of know you more a bit...

 your eccentricity is captivating
 your smile call me to inside you
 i dont wanna stay away from you
 i cant get you off my mind

 cause, you have a way to ask
 how i'm felling
 that i dont need anything else

 so please let your heart fly
 and discover the little things
 that make  the life so interesting

segunda-feira, 23 de abril de 2012

where i lost my heart ?

I'm tremendously confused
i'm in shock
i cant realize the time
i cant understand the life

i need go back to the past
i need fix my future
i cant live more in this way
i cant find my love

i cant find one love
so please...
someone explain to me
where i lost my heart ?

nothing hurt anymore
i want to suffer
i need to feel something again
there is a empty on me

it's not fair, it's just not fair
don't give up of myself
i'm blooding
but it's not pain

what a hell is wrong with me ?

domingo, 22 de janeiro de 2012

Como saber se a amo ?

Turbilhões de ventos refratam em meus pensamentos...


Como saber se a amo
se não a desejo loucamente 
e ao mesmo tempo cruzaria o mundo
para te fazer sorrir ?


definitivamente sois meu maior dilema
me pergunto a cada segundo 
se estais feliz...
e só de pensar que não
chega a doer no coração
seguido de uma frustração
por não ter o que fazer 

vivo nesses dias meu pior pesadelo
talvez tudo isso seja ilusão
ou invenção da minha mente
saudosa de nossos momentos infantis
falar bobeiras tão bobas
que até as crianças não achariam mais graça...
adultos abobalhados...
Não sei se quero ser mais criança.


Mas por que fazes isso comigo?
Por que confundes tanto meu coração ?
Seria por maldade ou compaixão ?
Sois a Capitu do Bentinho ou do Dom ?
Não seria mais fácil se nunca tivesse existido ?
Ou seria meu eterno martírio ?


Não me importas...
Nem importa o quanto me indagues...
Não me importa o que sejas...
Não me importa o que faças...
Não me importa o que desejas...
Mas me importa se estais feliz...

Não seria exatamente isso o amor?

Ih. Acho que respondi minha primeira pergunta...
Amo-a perdidamente

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Paralelo

Como retas que se encontram no infinito
Os opostos convergem nos extremos
O ódio se desfaz no sorriso
O círculo acaba no começo
O átomo perde o sentido
O todo e o nada é o mesmo
A vida é um limbo perdido
A morte é uma enchente de medo
O homem descobre escondido
Que o gentil se transforma em grotesco
A cólera é um sentimento retido
De bondade, amor e desejo
O real é o fictício
Nos sonhos tudo é verdadeiro
Eu tanto existo como inexisto
E o verde é igual ao vermelho
O orgânico é prova do vivo
Como a pedra é a prova que escrevo
O movimento é um rolo comprimido
De inércia retida no meio
Spins, caos, física, asilo
Redemoinhos de buracos negros
O ópio é um chá proibido
O caos é um belo espelho
Não adiantas procurar um sentido
O universo é um grande segredo